Após uma reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS) onde foram decididos – por 9 a 9, sendo o voto de minerva [desempate] da presidente – pela desaprovação da implantação da UPA de Uvaranas, devido à questões técnicas, o assunto virou debate e críticas no meio político nesta semana em Ponta Grossa.
Vereadores da Câmara Municipal de Ponta Grossa acusaram o CMS de “politicagem”, pois a presidente do conselho, Gizelle Cheremeta é assessora da deputada Mabel Canto (PSDB), que também é pré-candidata à Prefeitura.
Nas redes sociais, a prefeita Elizabeth Schmidt (União) criticou a decisão do Conselho. “Recebo com muita indignação a notícia que o Conselho Municipal de Saúde votou contra a UPA Uvaranas. A obra segue todas as normas do Ministério da Saúde e vai melhorar muito o atendimento de Uvaranas e Cará-Cará”, disse.
Em seguida, ela questionou se a motivação da desaprovação seria por política. “Isso é pelo bem-estar das famílias ou temos aí interesses e pessoas em frear o crescimento da saúde na cidade? Querem prejudicar a prefeita ou os moradores? Estamos fazendo a UPA sim, com ou sem o apoio do Conselho”.
Outros pré-candidatos, como Aliel Machado (PV) e Marcelo Rangel (PSD) também comentaram sobre o caso. “Faço um apelo ao Conselho para que reveja a posição. Sabemos que a preocupação é com a falta de investimentos ao longo dos anos na cidade de Ponta Grossa, mas Uvaranas é uma das regiões mais populosas da cidade e precisa desse pronto atendimento”, disse Aliel.
Já Rangel disse que apoia uma investigação. “Eu também sou favorável à abertura de uma CPI para descobrir se houve interferência política nesta decisão inaceitável, e também para avaliar quais são os problemas apontados”.
O Portal BnT foi o primeiro veículo a ouvir a presidente do CMS, juntamente com vice-presidente Jean Pierre de Lima, os quais rebateram as críticas e afirmaram que a decisão não teve motivações políticas. “O parecer contrário é necessário para que, lá na frente, caso haja alguma investigação, o Conselho não foi conivente e não deixou passar dados técnicos e fiscalizatórios. A prefeita começou a obra sem o consentimento da CMS”, disse. “O procedimento foi em ato técnico, nós não aprovamos medidas que sejam feitas de maneira intempestiva, sem um estudo prévio”, declarou Gizelle. A presidente ainda ressaltou que procurou a prefeita para discutir o assunto, mas que não foi recebida.
Nesta sexta-feira (19), o Portal BnT teve acesso à ata da reunião que levou o CMS à desaprovação da implantação da UPA Uvaranas. De acordo com o relatório, o município não alcançou as metas básicas do Relatório Anual de Gastos (RAG). “Estando esses divergentes as metas propostas no Plano Anual de Saúde (PAS), não sendo cumpridas a pelo menos três anos seguidos (…) gerando assim alguns gastos questionáveis no orçamento da gestão que preocupa e acende ações de monitoramento mais detalhado e incisivo do Conselho Municipal de Saúde quanto a planejamento e organização a curto e longo prazo”, descreve o documento.
Ainda, segundo o relatório, documentos solicitados à Prefeitura pelo CMS “apresentam algumas divergências, inconsistências ou informações parciais importantes”.
Veja o documento completo no link abaixo:
Argumentação Upa Uvaranas (1)