Tem hora para tudo e ao mesmo tempo, toda hora é hora de nada, de fazer coisa nenhuma. As crianças ainda pequenas e já tentamos trazer a rotina.
E quanta coisa se há de fazer na vida adulta. E quanto se há de crescer para finalmente silenciar e deixar que os pensamentos se acomodem feito o barro no fundo do rio quando permite a transparência das águas. E aquela pessoa, outrora cheia de rompantes de falas desenfreadas, começa a fazer um silêncio natural.
Décadas de reclusão para aplacar a agitação e aquela moça andava quieta. Pela casa, silêncio, no quarto silêncio. Era certo que o silêncio jamais se acabaria.
Então o amor chegou! Olhares, falas, sorrisos. E como ele era falante, falante, coisa estonteante. E na hora do amorzinho, no calor e no ardor do amor, o amor nem por um segundo parava de falar! No ouvido aquele zumbido e a torrente de palavras. Até o silêncio deve ter fugido para outro lar! E não tinha botão de desligar!
Autoria: Renata Regis Florisbelo
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