No último domingo, o programa Fantástico destacou um caso alarmante relacionado a crimes virtuais, que culminou na prisão de Paulo César Gomes da Silva Dutra, conhecido como Banucha Gomes. Ele operava uma plataforma digital clandestina dedicada ao ensino de técnicas de estelionato, vendendo dados pessoais, contas bancárias e cartões clonados.
Banucha Gomes foi identificado como um instrutor na prática de fraudes online, utilizando um site ilegal denominado “Brasil Store”, que funcionava como uma loja virtual voltada exclusivamente para criminosos. Nesse espaço, ele disponibilizava informações confidenciais que possibilitavam a abertura de contas bancárias fraudulentas e compras em nome de terceiros.
“Tudo que eu vendo eu procuro vender com garantia e regras para que vocês estejam sempre assegurados”, declarou Banucha em uma gravação exposta na reportagem.
A investigação revelou que sua atividade atingiu mais de 50 mil pessoas, com a disponibilização de cerca de 10 mil cartões bancários clonados apenas no final de 2024. Segundo José Luiz Ramos Cavalcante, diretor do DEINTER 5, Banucha fornecia orientações detalhadas sobre como realizar os golpes, incluindo os equipamentos necessários e as técnicas a serem empregadas.
Após um ano e meio de investigações rigorosas, Banucha foi preso em dezembro de 2024 em Rio das Ostras. Durante a ação policial em sua residência, foram encontradas substâncias entorpecentes e armas com numeração raspada. A perícia revelou que ele possuía no computador um estoque impressionante de 180 mil cartões clonados. Estima-se que seu lucro mensal com as atividades criminosas alcançava R$ 1,5 milhão.
A defesa de Banucha Gomes contestou as acusações, alegando que são infundadas e que ele está disposto a colaborar com as autoridades durante o processo investigativo. Os sites associados a suas atividades foram retirados do ar e as forças policiais agora buscam identificar outros indivíduos envolvidos nas práticas ensinadas por ele.
O crescimento dos golpes digitais tem se tornado uma preocupação crescente no Brasil; em 2024, observou-se um aumento de 45% nesses crimes em comparação ao ano anterior. Adriano Volpini, membro do Comitê de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN, alerta para a necessidade de cuidados redobrados com dados pessoais: “Todos nós somos possíveis vítimas e precisamos estar atentos”. Ele enfatiza a importância de evitar a exposição desnecessária de informações pessoais na internet.