No início desta semana, trabalhadores que fazem a coleta de lixo na cidade de Telêmaco Borba, anunciaram uma possível paralisação por conta de atrasos salariais.
O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação e Serviços Terceirizados e Temporários em geral de Ponta Grossa e região (Siemaco), denunciou que a empresa Prime Ambiental que faz o serviço de coleta no município, além dos atrasos salariais, não tem cumprido com as obrigações estabelecidas na Convenção Coletiva da categoria, causando prejuízos significativos aos trabalhadores. Já a empresa afirmou a Prefeitura de Telêmaco que não existe atrasos e se trata de um erro de comunicação, já identificado e acertado.
Por meio de nota, o Siemaco ainda comenta que além dos atrasos salariais, a empresa deixou de reajustar os valores dos tíquetes alimentação, impactando diretamente no poder de compra dos trabalhadores. “Diante dessa situação, o Siemaco tem buscado negociar e dialogar com a empresa, buscando soluções que resguardem os direitos e interesses dos trabalhadores. É lamentável constatar que a empresa adotou práticas antisindicais, proibindo a entrada dos representantes do Siemaco para prestar orientações e esclarecimentos aos trabalhadores”.
O Siemaco continua que “essa atitude vai contra o princípio da liberdade sindical e do direito dos trabalhadores de se organizarem em defesa de seus direitos. Durante a visita realizada na terça-feira (20) por nossa assessora de base aos trabalhadores da coleta municipal em Telêmaco Borba, foram identificadas diversas situações preocupantes que requerem atenção imediata”.
Principais reclamações dos funcionários
Um dos pontos levantados é de que os representantes da empresa responsáveis pelo RH, impediram a participação do sindicato na reunião com os trabalhadores, alegando ser um assunto interno e que os trabalhadores não eram sindicalizados. Outro ponto é a demissão. “Trabalhadores que são associados ao Siemaco estão sendo dispensados, e a empresa não faz o repasse para o Sindicato das mensalidades pagas pelos trabalhadores”, disse o Siemaco.
Em relação ao atraso salarial e benefícios não reajustados, é de que alguns trabalhadores ainda estão em atraso e o vale alimentação entrou com valor anterior, sem reajuste conforme a CCT/24, além do valor do desjejum que também não foi ajustado.
O Siemaco também destaca sobre os demais problemas enfrentados “Coletores têm desvio de função, realizando além da coleta, atividades como lavar pátio e caminhões. Pátio da empresa em condições precárias, com falta de estrutura adequada, refeitório e presença de animais em situação precária. Além disso, funcionários realizam banco de horas, mas não recebem as horas nem o devido descanso há seis meses. Alegam que o pessoal do administrativo perdeu todas as anotações”.
Em relação ao acidente de trabalho, o Siemaco aponta sobre um caso ocorrido em dezembro. “Um caminhão tombou o motorista ficou afastado e a empresa não arcou com os custos, deixando o trabalhador responsável pelos gastos com medicamentos e atendimento médico na UPA”. Por fim, destaca a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados, como o uso de luvas e capas de chuva descartáveis, além de uniformes desgastados.
O Siemaco reafirmou o compromisso com a defesa dos direitos dos trabalhadores e que “seguirá atuando incansavelmente para garantir que a categoria receba salários em dia e tenha condições dignas de trabalho”.
Nota da Prime Ambiental
A reportagem entrou em contato com a empresa para obter um novo posicionamento sobre o caso, mas até o momento não obteve retorno por email ou ligação.
Já para a prefeitura de Telêmaco Borba, a Prime Ambiental destacou que “tomamos conhecimento na data de hoje (segunda-feira 19) desta mobilização, a qual os funcionários fizeram por conta de um erro de comunicação do nosso administrativo de Telêmaco Borba com da matriz. Já foi conversado com a equipe que a questão será sanada na data de hoje (19), não paralisando a coleta no município. Gostaríamos de deixar claro, que não existem atrasos nos repasses por parte da prefeitura. Trata se de um erro de comunicação, já identificado e acertado. Gostaríamos de pedir desculpas pelo ocorrido e qualquer transtorno a toda prefeitura e a população”.
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