Em meio à escalada da crise política entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados realizará uma sessão especial para discutir as denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A audiência, marcada para esta quarta-feira (02), às 14h, foi autorizada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e contará com a presença de parlamentares de diversas comissões.
A convocação ocorre após a deflagração de uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O golpe teria sido articulado por meio de associações e sindicatos, e pode ter movimentado mais de R$ 6 bilhões, segundo os investigadores.
Foram chamados para prestar esclarecimentos o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, o atual presidente do INSS, Gilberto Waller, e o ex-presidente do órgão, Alessandro Stefanutto — exonerado do cargo após a revelação do escândalo.
A autorização para a sessão especial ocorre em um momento de forte tensão entre o Legislativo e o Executivo. Hugo Motta foi o articulador da recente votação que derrubou o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que representou uma derrota significativa para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O projeto foi aprovado com ampla maioria tanto na Câmara quanto no Senado. Em resposta, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou nesta terça-feira (01) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso, acirrando ainda mais o embate institucional.
A sessão desta quarta-feira promete ser tensa, com fortes cobranças por parte dos parlamentares e possível repercussão sobre a relação entre os Poderes. O caso do INSS, somado à disputa em torno do IOF, reforça o clima de instabilidade política em Brasília.
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