Ele tentava cruzar o sinaleiro no meio do canteiro. Por entre a farta cabeleira avistava-se na boca um solene capim. Do mais comum que se encontra em qualquer beira de estrada. Na paisagem do bairro bem construído, entre edifícios no primor erigido, talvez tivesse encontrado o mato desprezado em algum terreno baldio.
Ele a ruminar o capim na haste mastigada, comida, quase esquecida pela mandíbula entorpecida. E eu que não podia esquecer, a me entreter fiquei a ruminar na mente da cena o porquê! E o homem seguiria indiferente a tudo menos ao sabor e prazer que o tal mato tinha a lhe oferecer. E eu que não masco nada, apenas uma especuladora em nova empreitada, agora atrás do que vai pela cabeça do homem que tem na haste do capim coisa recorrente a ser mastigada. Recorrente? Sim, ouso afirmar que feito os ruminantes autênticos não deve ter sido aquele seu primeiro capim, embora tenha sido o que impactou em mim.
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Autoria: Renata Regis Florisbelo.