Os depoimentos contra o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD) e o ex-deputado Plauto Miró (União), no caso de recebimento de propina da TV Icaraí, geradora da TV Assembleia, foram divulgados nesta terça-feira (19), pelo G1.
De acordo com a delação, o responsável pela concessão, Vicente Malucelli, confirmou que realizou o pagamento de propina para Traiano no ano de 2015. Malucelli explicou aos investigadores que a negociata se deu em uma reunião na própria Assembleia Legislativa.
“O Traiano falou que eles precisavam de verba para campanha, uma ajuda de campanha. Eu, inicialmente, me fingi de desentendido. O Plauto não abriu a boca e o Traiano escreveu em um papel o valor de 300 mil reais”, declarou Malucelli ao MPPR.
Os pagamentos foram realizados em envelopes, cheques e pacotes. O empresário disse que se sentiu coagido, por isso, realizou o pagamento ilegal. “Eu entendi naquele momento, que se eu não colaborasse, eu ia ter o contrato rescindido, foi esse o nosso entendimento. Eu com 40 funcionários lá dentro, seria um dano irreparável”.
O caso
A polêmica veio à tona no final de 2023, quando foi revelado o acordo dos dois deputados com o Ministério Público, que assumiram o crime e pagaram multa para encerrar o caso. Conforme documentos, a delação de Malucelli foi em 2020 e os acordos firmados com Traiano e Plauto ocorreram em 2022. Pelo caso, os dois tiveram que pagar multas que, somadas, passaram de R$740 mil.
Como o caso está concluído, não há chance de condenação dos deputados. Em contato com a assessoria de Plauto Miró, o deputado diz que não irá comentar o caso, pois ele já está encerrado.
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