,Na abertura do pregão desta quinta-feira (23), a moeda norte-americana continuou sua trajetória de queda leve, com cotações próximas a R$ 5,9437. O desempenho recente sugere uma série de flutuações no mercado cambial e ações, refletindo uma agenda econômica relativamente tranquila e a contínua análise das políticas tarifárias anunciadas por Donald Trump, recém-empossado presidente dos Estados Unidos.
Trump reiterou esta semana suas promessas de implementar tarifas de 10% sobre produtos provenientes da China e da União Europeia, além de considerar alíquotas de até 25% para o México e Canadá. Apesar da gravidade das afirmações, os índices tarifários propostos são inferiores às ameaças apresentadas durante sua campanha eleitoral, permitindo um fortalecimento do real frente ao dólar.
A ausência de eventos econômicos significativos nesta quinta-feira leva os investidores a se concentrarem na participação de Trump no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. Além disso, eles continuam a monitorar dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e a acompanhar a temporada de resultados corporativos.
Até as 09h03, o dólar apresentava uma leve queda de 0,03%. Com isso, o acumulado semanal mostra uma desvalorização total de 1,98%, enquanto no mês o recuo é de 3,79% e em termos anuais há um aumento acumulado próximo a 28% em relação à moeda brasileira.
Por outro lado, o Ibovespa ainda não havia iniciado as negociações até às 10h. O índice havia registrado um ganho semanal de 0,51%, além de crescimento mensal de 2,24% até o momento.
Contexto do Mercado
A influência das políticas adotadas por Trump desde sua posse continua a reverberar nos mercados financeiros. As declarações recentes do presidente sobre tarifas adicionais têm gerado incertezas acerca dos impactos no comércio internacional. Durante um evento na Casa Branca na terça-feira passada, Trump destacou suas intenções de taxar produtos importados da China e outras nações.
Embora essas propostas estejam alinhadas com uma postura protecionista esperada do novo governo americano, os números sugeridos são significativamente mais baixos em comparação às promessas feitas durante a campanha eleitoral. A falta de ações concretas tem contribuído para uma apreciação do real frente ao dólar.
Leonel Mattos, analista da StoneX, comentou que a estratégia de Trump tende a causar um enfraquecimento global do dólar ao criar expectativas moderadas sobre medidas tarifárias mais rigorosas. “A expectativa inicial era de que ele tomaria decisões agressivas logo no início do mandato; no entanto, isso não se concretizou”, afirmou Mattos.
As políticas tarifárias têm implicações diretas nas relações comerciais e na inflação dos Estados Unidos. A adoção dessas tarifas é percebida como inflacionária e pode levar o Federal Reserve (Fed) a manter as taxas de juros elevadas para controlar os preços internos. Portanto, qualquer sinalização de um endurecimento das tarifas geralmente resulta em uma valorização do dólar.
Relações Brasil-EUA
Recentemente, Trump expressou que as relações entre os Estados Unidos e a América Latina são “excelentes”, ressaltando que esta região “precisa mais dos EUA” do que o contrário. Essa declaração foi feita em resposta a perguntas sobre seu relacionamento com o Brasil e com Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou sobre essa dinâmica internacional e manifestou desejo por uma relação construtiva com Trump: “Torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore”. Lula enfatizou que sua administração busca evitar conflitos com diversas nações incluindo os Estados Unidos.
A agenda econômica permanece sob observação com novos dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA aguardados por investidores. Além disso, será divulgado em breve o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado um indicador preliminar da inflação oficial brasileira.
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