O Governo do Paraná destinará R$ 90 milhões da indenização da Petrobras para a aquisição de novos radares meteorológicos. O investimento será aplicado no projeto Monitora Litoral, voltado ao monitoramento de chuvas e do meio ambiente, abrangendo áreas como manguezais e bacias costeiras. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (06) pela Justiça Federal, após acordo com os Ministérios Públicos Estadual e Federal.
O Instituto Água e Terra (IAT) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) serão responsáveis pela execução do projeto. Com a iniciativa, o radar meteorológico de Teixeira Soares será substituído por um mais moderno, um novo será instalado em Guaratuba e outro em local ainda indefinido. O objetivo é ampliar a previsão de eventos climáticos na divisa com São Paulo e monitorar chuvas que chegam do Sul do país.
Os equipamentos também permitirão a coleta de dados sobre o nível do mar, altura de ondas, ressacas e correntes marítimas em cidades como Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba. O projeto também contará com o apoio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que contribuirá na criação de sistemas de alerta para a BR-277, ligando Curitiba ao Litoral.
Mais investimentos em monitoramento
O Simepar também conduz o projeto Monitora Paraná, financiado por outra indenização da Petrobras relacionada ao vazamento de óleo no Rio Iguaçu, em 2000. A iniciativa prevê a instalação de radares meteorológicos em Jandaia do Sul, Campo Magro e Pontal do Sul, reforçando a cobertura sobre regiões críticas do estado.
Segundo o presidente do Simepar, Paulo de Tarso, os novos radares permitirão uma cobertura abrangente, reduzindo pontos cegos na previsão meteorológica. “A área de Jandaia do Sul, por exemplo, não tinha cobertura e é uma região atingida por tempestades severas e secas. O radar ajudará na previsão de eventos extremos, auxiliando também projetos de irrigação”, explicou.
Os processos licitatórios para aquisição dos radares deverão ocorrer no primeiro semestre de 2025. Para cada equipamento, será necessária a construção de uma torre de mais de 30 metros, garantindo ampla cobertura e precisão nos monitoramentos.
Indenização do Rio Iguaçu
Além dos investimentos em monitoramento meteorológico, a Justiça Federal autorizou o Paraná a utilizar R$ 586 milhões para projetos ambientais, também originados de indenizações da Petrobras. Desse montante, R$ 346,5 milhões serão destinados a iniciativas como monitoramento, drenagem e reestruturação de equipamentos ambientais.
Parte do recurso também financiará a implantação e ampliação de Centros de Apoio, Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) em Curitiba, Londrina, Litoral e região Oeste. Outros três complexos do projeto Parques Urbanos também serão criados, unindo espaços de lazer com iniciativas de recuperação ambiental.
De acordo com o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, a ampliação do monitoramento transformará o Paraná no estado com a melhor cobertura de radares meteorológicos do Brasil. “Estamos trabalhando para colocar os equipamentos em operação o mais rápido possível, garantindo informações que permitirão tomadas de decisão mais eficientes”, afirmou.
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