O setor de cacau e chocolate enfrenta um cenário desafiador em 2025, com um aumento expressivo de 180% no custo do cacau nos últimos dois anos. Essa elevação reflete diretamente no preço dos produtos, especialmente os ovos de Páscoa, que devem sofrer uma retração de 20% na produção em comparação ao ano anterior. A alta nos custos é atribuída à quebra de safra nos principais produtores africanos, como Costa do Marfim e Gana, onde ondas de calor e seca impactam a oferta.
No Brasil, apesar das dificuldades globais, há uma perspectiva positiva com a expectativa de aumento na produção, especialmente em regiões não tradicionais como o cerrado baiano. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acredita que investimentos em tecnologia e novas áreas de cultivo podem melhorar a oferta interna. Contudo, a volatilidade do mercado persiste, afetando toda a cadeia produtiva, desde as indústrias moageiras até o consumidor final.
Os preços dos ovos de chocolate já apresentaram um aumento médio de 14%, enquanto as colombas ficaram 5% mais caras. Para contornar essa situação, muitos produtores estão diversificando seus portfólios com produtos menores e variados. A chef Dayane Cristin exemplifica essa adaptação ao pesquisar fornecedores e ajustar seus preços conforme os aumentos nas matérias-primas.
Embora o aumento dos custos seja um desafio, a criatividade e a inovação no setor podem garantir que a tradição da Páscoa continue a ser celebrada, mesmo em tempos difíceis. O otimismo em relação ao futuro se reflete na expectativa de contratação de mais trabalhadores temporários para atender à demanda. A resiliência do setor é fundamental para enfrentar as adversidades e manter viva a paixão pelo chocolate.