O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como o indicador da inflação do aluguel, apresentou uma deflação de 0,34% em março, sinalizando uma queda nos preços na média geral. O índice havia registrado uma alta de 1,06% em fevereiro. Em 12 meses, o IGP-M acumula um aumento de 8,58%. Esta deflação de março é a menor taxa desde o mesmo mês de 2024, quando o indicador também teve uma variação negativa de -0,47%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que calcula o IGP-M com base em três componentes principais: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
A principal contribuição para a deflação do mês veio do IPA, que é o componente com maior peso no IGP-M, responsável por 60% do índice geral. Em março, o IPA registrou uma queda de 0,73%, impulsionada pelo recuo de 3,64% no preço do minério de ferro, impactado por uma série de fatores globais, como a preocupação com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Segundo Matheus Dias, economista do Ibre, o cenário de incertezas comerciais tem pressionado os preços do minério de ferro e, consequentemente, contribuído para a desaceleração dos preços no Brasil.
Além disso, o IPC, que reflete a variação dos preços para as famílias, teve uma alta de 0,80% em março, abaixo do registrado em fevereiro (0,91%). O comportamento do IPC foi influenciado pela dissipação do impacto dos reajustes nas mensalidades escolares, que haviam causado um aumento no grupo de educação, leitura e recreação em fevereiro. Em março, o segmento teve um recuo de 1,60%. A redução nos preços das passagens aéreas, que caíram 13,71%, também ajudou a desacelerar o IPC.
Por outro lado, alguns produtos alimentícios, como ovo (+19,16%) e café em pó (+8,76%), tiveram forte alta, impulsionando o crescimento do IPC no mês.
Já o INCC, indicador que mede os custos da construção civil, desacelerou para 0,38% em março, após registrar 0,51% no mês anterior. A desaceleração foi puxada pela queda nos custos com mão de obra, que variaram 0,35% no mês, abaixo da alta de 0,59% registrada em fevereiro. Em muitos casos, o índice é utilizado para o cálculo do ajuste anual dos contratos de locação, refletindo a variação da inflação no período de um ano.
A coleta de preços para o cálculo do IGP-M é realizada em diversas capitais brasileiras, incluindo Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. O indicador é considerado um termômetro relevante da economia brasileira, refletindo as flutuações nos preços de diversos bens e serviços consumidos no país.