No último dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para marcar as comemorações do Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio. Em sua fala, Lula manifestou apoio à proposta de abolir a jornada de trabalho 6×1, onde os trabalhadores dedicam seis dias à atividade laboral e têm apenas um dia de folga.
“Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da economia, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar”, declarou o presidente, enfatizando a necessidade de discutir a redução da carga horária atual.
A discussão sobre a mudança na jornada de trabalho ganhou destaque na Câmara dos Deputados no início deste ano, após uma proposta de emenda à Constituição ser apresentada pela deputada Érika Hilton (PSOL). Durante seu discurso, Lula reiterou seu compromisso com o tema, afirmando que é essencial promover um debate mais aprofundado sobre a questão.
Além da jornada de trabalho, Lula abordou pela primeira vez a fraude relacionada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desde o início da ‘Operação Sem Desconto’. O presidente anunciou que ordenou à Advocacia-Geral da União (AGU) que tome providências legais contra associações que desviaram recursos destinados ao INSS, visando garantir o ressarcimento às pessoas prejudicadas.
No mesmo pronunciamento, Lula mencionou que enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que propõe eliminar a isenção do imposto de renda para indivíduos que recebem até R$ 5 mil. Ele destacou ainda que pessoas com rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também serão beneficiadas pela medida.
O presidente aproveitou a oportunidade para apresentar alguns resultados positivos obtidos durante sua gestão. “Em apenas dois anos, foram gerados três milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada, e conseguimos reduzir o desemprego a níveis históricos”, afirmou Lula. Ele também ressaltou iniciativas como o programa ‘Desenrola’, destinado à renegociação de dívidas, e o acesso ao crédito consignado para trabalhadores com registro em carteira. Além disso, mencionou as políticas voltadas para microempreendedores e os direitos trabalhistas garantidos a essa categoria.
Lula anunciou um aumento no salário mínimo e informou que cerca de 90% das categorias profissionais experimentaram ganhos reais em seus salários. O presidente também citou programas educacionais, como o pé-de-meia, que oferece auxílio financeiro a estudantes do ensino médio da rede pública para evitar a evasão escolar.
Vale destacar que neste ano, o chefe do Executivo optou por não participar dos tradicionais atos organizados pelas centrais sindicais em São Paulo. Enquanto nos anos anteriores houve um ato unificado, neste ano a Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu se afastar da organização das festividades.